quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A Expressão da Arte















Texto: A EXPRESSÃO DA ARTE
Autor: Sidney Santborg
  
Peguei um pedaço de papel com uma simples intenção...
Dizer algo. Algo que mude essa condição de vazio do nada.
Da cor sem graça do branco que parece amarelado e sem letra.
Do pensamento diluído como movimento autofágico cerebral.
Que impediu o transcorrer voluntário até a chegada da mão...
Que não conseguiu ser escrito por receio ou falta de vontade.
Dizer algo... Transmitir palavras transcritas da alma...
Um discurso que reflita o sentimento de dentro para fora.
Capaz de emocionar ou tornar-se incompreensível...
Como a expressão da arte do louco na sua obviedade.
Levando à reflexão da verdadeira intenção do que dizer.
Mas me faltaram palavras! Eu não sabia o que escrever.
E o pedaço de papel cada vez mais me ofuscava as vistas...
Continuava como no início. O branco refletindo a luz.
Não me sentia inspirado... Talvez a fonte tivesse secado.
Talvez eu fosse a mentira contada que surgiu inesperada.
Como uma resposta aos meus próprios questionamentos.
Como uma fuga de uma realidade existente só em mim.
Queria dizer algo... Mas não sabia o que dizer...
Queria escrever algo... Mas não sabia o que escrever...
Queria mudar aquele papel e torná-lo interessante.
Então, sem mais esperanças de me comunicar...
Peguei tinta e pincel... Comecei a pintar.
Dando vida ao papel que logo se transformou.
O branco ganhou cor e me ensinou algo...
Que a fonte não havia secado; apenas se transformado.
E eu descoberto uma nova forma de expressão...
Uma maneira de mostrar sem palavras o que dizia meu coração.

Imagem: helenaeabelezadostextos.blogspot.com

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Jardineiro Fiel


















Texto: JARDINEIRO FIEL
Autor: Sidney Santborg

Encontrei um pequeno vaso... Coloquei terra adubada.
E plantei uma semente... Todos os dias eu a molhava...
Depois de alguns dias, como uma mágica a vi germinar.
Era bonito poder ver aquela plantinha se desenvolvendo.
Eu estava como um jardineiro fiel cultivando sua amada.
E diariamente eu buscava molhá-la e protegê-la do sol.
Ela seguia cumprindo de fato o que sua fisiologia dizia.
Mas de repente, percebi uma mudança. Parou de crescer!
Eu não conseguia compreender, porém continuava a regar.
Sabe quando a planta tem uma única folha e o caule seca?
E a gente continua regando por ver naquela folha um sinal?
Eu estava assim. E via naquela folha uma esperança de vida.
Era a esperança daquela plantinha tornar-se uma bela árvore.
Mas de repente, do nada, eu pude perceber que a folha caiu...
Não vi o momento da sua queda e isso de certa forma afligia.
Agora era tarde demais para continuar regando a plantinha.
Ela secou e a última folha verde em formato de coração caiu...
Quem sabe um dia surja uma nova folhinha naquele galho seco?
Acho pouco provável... Porque em pleno verão, desisti de regar.

Imagem: http://brunabazzo.blogspot.com.br/
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