sábado, 31 de março de 2012

Monólogo: Primeiro Semestre

Este texto é um monólogo que foi apresentado em uma festa de despedida dos alunos formandos em uma escola do Rio de Janeiro em 1999.


Texto: PRIMEIRO SEMESTRE – Escrito em 07/11/1999
Autor: Sidney Santborg 

Estou ansioso...
Estou esperando o resultado de uma prova que fiz!
Será que vou passar?
Ah, com certeza eu vou passar!
Afinal, me dediquei muito, passei horas estudando...
Enfim, o resultado saiu!         
Eu passei! Eu passei! Que bom!
Toda a minha família festeja... Isso é muito bom!
Mas é hora de partir. Uns estão tristes e outros estão felizes...
É, toda despedida é assim mesmo...
O que importa é que estou indo ao Rio de Janeiro, vou estudar em uma grande escola!
Estou muito ansioso...
Pronto, cheguei!
Que escola grandiosa...
Como tem alunos!
Alunos de diversas partes do Brasil... Que bom!
Opa! Mas como será o convívio?
Será que essa escola é igual àquelas escolas americanas da TV em que tudo acontece?
Preciso de informações!
Vou perguntar para algum aluno... Ei, por favor, pode me dizer onde fica a secretaria?
O quê? Sou calouro! É... Sou sim, isso é ruim?
Acho que deve ser... Não quis mais papo comigo.
Não vou deixar isso me abater! Preciso ter coragem, vou enfrentar tudo!
Pronto! Tudo resolvido... Já estou matriculado, já estou alojado, já estou entrosado!
Nossa, quantos colegas eu já arrumei... Tudo está bem!
Mas eu sinto um vazio.
Como será que estão meus familiares?
O que será que estão fazendo?
Hum... Agora me deu um nó na garganta, meus olhos estão ardendo muito!
Eu estou chorando... Mas por que estou chorando?
Se tudo está bem! Ah o que preciso é me distrair...
Vou ouvir um pouco de música.
Que droga! Que sensação ruim... Que dor dentro do meu peito!
Não estou aguentando... Eu quero ir embora!
Eu quero minha casa, minha família, meus antigos amigos...
Como os dias demoram passar...
O relógio parece não funcionar, pois essas horas não passam!
Mas ainda bem que existem pessoas boas aqui!
Pessoas amigas que me ajudam, me aconselham...
E que me fazem companhia quando estou deprimido... Ainda bem!
O semestre já está acabando...
Que bom! Está chegando a hora de ver minha família...
Aqui todos estão ansiosos, estão contando os dias...
Já estou até fazendo as últimas provas!
Graças a Deus, fui bem em todas!
Vou embora! Vou embora!
Já comprei até a passagem. Viva! Estou muito feliz...
Sabe, só agora percebi que o semestre passou voando...
E não foi tão ruim assim quanto eu imaginava.
Sei que existiram momentos ruins.
Mas... Foram contornados!
E de pensar que no início queria ir embora e não voltar mais...
Só agora percebo que gostei da experiência.
Gostei de me sentir independente, ser dono de minha própria vida...
É, realmente, eu amadureci um pouco.
E sabe de uma coisa... Acho que vou voltar para o segundo semestre.
Sim, eu volto! Com certeza vou voltar!
Mas agora... O que quero é curtir minhas férias!
Então, tchau escola! Tchau amigos!
E até a volta...

sexta-feira, 16 de março de 2012

Antígeno

Texto: ANTÍGENO - Escrito em 13/01/2012
Autor: Sidney Santborg

Encanto, desencanto, já me causaram pranto!
Amor, desamor, já me causaram dor!
No dissabor de um amor.
O cair do manto me causou espanto.
Hoje fortalecido pelos meus anticorpos do antígeno amor.
Considero que amar é uma loucura!
Pois te transforma de tal maneira.
Que a sã consciência o julga ridículo...
Capaz de derramar os sentimentos de uma só vez.
Como uma avalanche... Destruindo tudo que fora construído.
Então, aprendi a dosar sentimentos em um conta-gotas.
Para nunca mais assustar e afastar ninguém... 

sábado, 10 de março de 2012

Calabouços

"Querer ser perfeito para os outros é uma sentença condenatória aos calabouços da rejeição e da solidão, por isso seja perfeito para o bem e para sua consciência." - Sidney Santborg

sábado, 3 de março de 2012

Metrô Lotado - Rio 40ºC purgatório e caos!

UM DESABAFO 
Sidney Santborg

Somente um desabafo...
Acordei cansado, sufocado, suado!
Era o início de um dia quente no Rio de Janeiro...
Dia de sol escaldante, onde o ânimo desapareceu junto com a noite.
Mas é dia normal de trabalho!
O terno e a gravata me esperam para me afogar na transpiração.
Infelizmente é hora de ir... Partir então para o dia de cão!
No metrô lotado, ser educado é deixar alguém te passar a mão.
Não adianta dizer nada, isso só aumentaria o sofrimento causando confusão.
Reclamar pra quê! 
Se o que te empurra, te acotovela, te machuca está suando como você.
E nem adianta fazer cara feia...
Pois a cada estação, a raiva e a reprovação assustam o irmão que tenta entrar no vagão.
Ajuda-me ó Deus!
Dá-me força... Senhor!
Para poder aguentar esse sofrimento...
E não chegar atrasado por pagar o "mico" de ter desmaiado.
Sigo a viagem... E não posso nem me segurar.
Não tem espaço! Se eu levantar o braço não consigo abaixar.
O pior de tudo, é que nem posso respirar...
Estou espremido, meus pulmões estão sendo esmagados... Falta-me ar!
Não existe ventilação, somente o bafo quente de alguém que os dentes não pôde escovar.
Coitado... Não faz por mal, pois percebi que o pobre nem tinha aberto a boca... 
Era sua sinusite!
Mas além de tudo... Ainda existe o fanfarrão!
Desse não tenho compaixão!
Pois é falta de respeito mesmo...
Por favor, expulsem o peidão!
Depois disso tudo, tenho que trabalhar o dia todo...
E à noite quando voltar...  Passar por tudo de novo!
A diferença é que todos estão com o desodorante vencido...
Muito mais cansado, mais suado e mais fedido!
Ah! Sei lá... Como diria aquela política paulista, o jeito é relaxar!
Mas gozar, juro que não dá... Pois nem conseguiria ejacular!
O Metrô está sem AR!
Broxei total!
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