domingo, 30 de dezembro de 2012

Um Novo Tempo

Texto: UM NOVO TEMPO
Autor: Sidney Santborg

As músicas são as mesmas de sempre.
Mas as perspectivas mudaram, agora são outras...
Os acordes do violão insistem naquelas canções.
Do adeus ao velho, do feliz nascimento do novo.
Mas já ouço o som de um novo tempo...
Onde todos vão às ruas para quebrar suas algemas.
Despir-se das tristezas passadas e gritar feliz alegria!
Um novo tempo que apesar dos perigos.
Todos estão dispostos a lutar e vencer para sobreviver.
Um novo tempo que é saudado com as luzes dos fogos.
Que é brindado com os vinhos nobres sacudidos e estourados.
Um novo tempo onde o abraço é aguardado.
E seja dado com a sinceridade do que desejamos para nós.
Um novo tempo onde se possam realizar sonhos.
Onde se possa pôr em prática os planos traçados.
E onde se possa conquistar o que nunca se conquistou.
Um novo tempo recebido pelo branco.
Mas onde todas as cores devam prevalecer.
Como sinônimos da fé e da esperança de um povo.
Que tudo que quer é paz, saúde e sucesso...
Um novo tempo onde os corações não sofram com a dor.
Mas que batam acelerado por sentir-se cheio de amor...
Um novo tempo onde o bem possa reinar.
As luzes possam clarear os caminhos escuros.
E que todos possam agradecer, mesmo sem receber.
Um novo tempo feliz a todos!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Apocalipse Now! - Agora Não...

Texto: APOCALIPSE NOW! – AGORA NÃO...
Autor: Sidney Santborg

Deu-se o início do fim... A véspera do apocalipse aguardado...
- Como assim, aguardado?
- Sim, aquele que todos já sabem que irá acontecer... Tem data certa! E vai acontecer sexta-feira, ou seja, amanhã!
- E o fim de semana?
- Não existirá… Todos já estão antecipando suas compras... Quem não comprar até hoje, provavelmente não terá mais oportunidade.
- Nossa, que chato! Logo sexta-feira, o dia mais feliz para os trabalhadores, bem que podia ser na segunda... Pelo menos salvaria o fim de semana. Pior de tudo, estou sem grana pra me acabar hoje!
- Compra no cartão de crédito, se acabar tudo amanhã, nem vai precisar pagar... Mas se não acabar, vai estar garantido o parcelamento.
- Será? Sei não... Não quero dívidas.
- Ah, então, deixa como está...
- Você está com medo?
- Eu não! Se acontecer, não adianta temer e nem se esconder... Também não acredito em previsões, principalmente vindas de um povo chamado Maia. Não confio em ninguém com esse sobrenome. Tive uma namorada com esse sobrenome e a FDP só vivia mentindo.
- Nossa... E tem até políticos com esse sobrenome...
- Pior ainda, acho que confiaria muito mais se fossem previsões feitas pelos Silva ou Santos.  Confio muito mais nos Silvas da grande família e nos Santos, como Daiane dos Santos e Silvio Santos, pois eles têm mais credibilidade.
- Sim, com certeza! Mas ouvi falar que já tem gente indo para Goiás... Dizem que lá estarão protegidos... E também tem aqueles que estão se antecipando e enterrando-se em construções subterrâneas...
- Bobagem... Se for para Goiás, por ser Alto Paraíso e cheio de energia, vai ser o primeiro lugar a ser atingido; e aqueles que estão debaixo da terra, por lá ficarão soterrados...
- Cruzes! E como fugir...?
- Sei lá... Acho que vou tomar um Polaramine de 6 mg e dormir o dia todo, pois estou com uma putz alergia...
- Mas assim, você não vai ver o que vai acontecer...
- Nem estou preocupado... Pois, se tudo acabar amanhã, vai ser muito bem feito.
- Por quê?
- Acho que o mundo já acabou e faz tempo... E ninguém avisou.  Pois, quando ligo a TV, só vejo notícias terríveis, violências, desgraças... É tudo tão apocalíptico, que acho que só tá faltando o fogo consumidor.
- Mas o fogo consumidor já existe... Principalmente nessa época de Natal e fim de ano.
- Sim é verdade. É a explosão do mundo capitalista às vésperas do caos financeiro. É o apocalipse!
- E o mundo espiritual? A guerra do bem e do mal? Inferno e Céu?
- Esse é o outro apocalipse e ninguém sabe, nem os anjos do céu... Somente Deus. 

domingo, 16 de dezembro de 2012

Portal da Vida

Conto: PORTAL DA VIDA
Autor: Sidney Santborg

Num estalar de dedos, eu apareci em um lugar diferente...
Estava percorrendo uma estrada sinuosa, onde o asfalto estava molhado e escorregadio. Contudo, isso não atrapalhava o percurso, pois eu estava flutuando... Em determinados momentos, parecia sobrevoar como um desses heróis do cinema, só que com o corpo rente ao asfalto, porém não chegava a tocar o solo.
E assim seguia sozinho, como se tivesse que chegar a algum lugar específico e aquela estrada iria me conduzir...
Quando de repente passou por mim uma garotinha de bicicleta, tinha no máximo três anos de idade; e sua bicicletinha era como um triciclo para levá-la com segurança. Ela estava em velocidade constante, mas quando passou por mim, me cumprimentou, chamou pelo meu nome e me fez uma pergunta que não consegui compreender. Porque estávamos indo em direções opostas e por estarmos em movimento, rapidamente nos afastamos e não pude responder. Tentei parar, mas não consegui... Pedi que ela repetisse a pergunta, contudo, novamente não consegui entender... Era como se ela estivesse falando em códigos, que naquele momento não podiam ser decifrados por mim, todavia, percebi que ela estava querendo me ajudar.
Então, disposto a saber o que aquela garotinha queria dizer, eu estendi minhas mãos ao chão e tentei parar, mas no momento em que toquei o chão, perdi minha capacidade de flutuar... Achei que conseguiria voltar, mas ao tentar subir, não consegui... Tinha perdido o impulso, meus pés estavam pesados, pareciam estar presos ao chão. Não conseguia me movimentar mais e a garotinha já havia sumido.
Diante do que havia acontecido, fiquei um pouco assustado, não conseguia compreender aquilo. Fechei os olhos para tentar me acalmar e senti algo se aproximando, não cheguei a ver o que era, mas percebi que não eram amigáveis, pois tinha uma força superior que parecia soprar a minha mente.
A sensação de perigo estava aumentando e comecei a me desesperar, estava realmente preso ao chão; tentava tomar impulso pra voltar a flutuar, mas não conseguia... O desespero tomou conta de mim quando percebi uma poeira negra vindo em minha direção, estava aflito, pois existia uma certeza que se aquilo se aproximasse um pouco mais, eu seria consumido.
Então, percebendo que não haveria outra coisa a fazer estendi minhas mãos para alto, como uma criança pedindo ao seu pai para tirá-la do berço. Clamei a Deus para me tirar daquela situação.  Nesse momento, vi as nuvens se abrindo e do céu apareceram imensas fitas, que eram brancas e brilhavam como pérolas... Tentei alcançá-las, mas não conseguia... Depois de três tentativas consegui, justamente no momento em que a poeira negra chegou. As fitas me puxaram e pude sair daquele local com segurança.
Já estava flutuando quando olhei para baixo e percebi que aquela poeira negra, era formada por figuras indefinidas, mas pareciam pessoas presas em uma névoa, que tinham o objetivo de capturar todos que pudessem alcançar.
Aquelas fitas celestiais me impulsionaram e me deram uma espécie de força, recuperei minha capacidade de antes e do alto vendo aquela névoa negra me acompanhando, como se esperasse a minha queda, resolvi seguir a orientação vinda do céu. Então, apontei para baixo e uma energia azul saiu das minhas mãos e foi dissipando toda aquela poeira negra até sumir por completo.
Depois disso, pude perceber de novo aquela estrada que eu seguia. Agora ela me pareceu diferente; sem dúvidas já não estava tão escorregadia e a direção também havia mudado, pois antes eu estava na direção oposta, seguindo o caminho contrário. Talvez aquela garotinha tivesse tentando me avisar... Infelizmente não consegui compreender.
Continuei meu novo percurso, parecia tudo diferente e tranquilo, quando me apareceram novamente figuras estranhas, agora pude perceber como eram... Pareciam soldados medievais vindo com um objetivo de guerrear. Estavam no meu caminho, querendo me parar, pois estavam guardando uma ponte que dava acesso a uma grande cidade. Confesso que fiquei apreensivo, pois estava flutuando a uma altura que não podia evitar o confronto. Mesmo assim, resolvi continuar... Sem medo fui a sua direção, pois era importante enfrentar aquilo, parecia até uma loucura, porém, sabia que tinha que continuar.
Quando me aproximei, eles apontaram suas lanças e fizeram um paredão para me deter, mas novamente me apareceram aquelas fitas brancas do céu e me puxaram para uma altura superior e pude sobrevoar por cima de suas cabeças. Eles chegaram a jogar suas lanças, mas não me atingiram, pois as fitas juntas formavam uma espécie de escudo protetor energizado, com a mesma energia azul que dissipou a névoa negra.
Quando ultrapassei essa barreira de soldados, percebi que a ponte era muito grande e era como uma fronteira, separando os dois mundos. As águas que passavam sob ela eram diferentes, pois até o meio da ponte tinha uma cor escura e fétida, do meio em diante às águas se tornavam quase transparente, tão límpida que se podia ver os peixinhos nadando.
Continuei o percurso e ao final daquela longa ponte cheguei a uma grande cidade, logo percebi que ganhava altura a cada momento que as construções iam aparecendo. Em determinados momentos eu estava sobrevoando prédios altíssimos, em outros momentos estava sobre prédios menores... E assim eu seguia, passando por toda a cidade e vislumbrando toda a beleza daquela experiência.
Quando de repente, adentrei uma grande sala branca, me senti aflito por estar preso, sobrevoava os móveis, mas meu corpo tocava em alguns objetos; tentava me esquivar para não tocar nas coisas, porém elas caíam e quebravam. Senti medo, pois fazia muito barulho os objetos quebrando no chão. Então, senti uma porta se abrindo... Tentei fugir... Procurei uma janela para sair, mas a única saída era aquela porta que se abria. E nesse momento, uma luz forte vinha lá de fora, ofuscando minha vista...
Então, apreensivo fiquei aguardando. Quando ela se abriu por completo apareceu um casal, não os conhecia, mas senti algo em meu coração. Eles estenderam as mãos para mim e pude segurá-las. Nesse momento tive a certeza que aquelas mãos eram de pessoas que eu conhecia. Eles me puxaram e eu passei pelo Portal da Vida, onde o casal estava. Então, nasci para o mundo real. E quando cheguei, para minha surpresa, encontrei aquela garotinha da bicicleta, que me deu um breve sorriso e disse: Cheguei primeiro que você.  Papai e mamãe estavam aflitos por causa de sua demora. Bem-vindo meu irmão!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Cuidado com o Cão

Texto: CUIDADO COM O CÃO!
Autor: Sidney Santborg

Uma palavra dita de forma a magoar.
Uma dor causada por alguém que ignora o seu gostar.
A frase maldita que não sai da mente.
E as paredes daquela construção que caem de repente.
O vento começa a soprar e levar a poeira...
Restando só os escombros pra juntar.
São entulhos sobrepostos prestes a desmoronar.
Um sentimento triste paira no coração.
E as lágrimas que rolam são de decepção.
As forças parecem que se evadem...
Os músculos já não aguentam o peso do esforço.
De tanto insistir em construir, destruir e juntar.
De imediato minha mente começa a trabalhar.
Maquinando uma forma de recolher os cacos da vida.
Então, surge uma nova visão.
Chega de construir castelos fincados na areia!
Chega de confiar em um órgão enganador!
Seja ele o sexual ou o sentimental...
De agora em diante, só vou construir fortalezas.
Construções fincadas nas rochas.
Com muros elevados para a defesa.
Sem portas, somente janelas e uma grande torre.
Para ver ao longe quem se aproxima...
Colocarei letreiros grandes e luminosos.
Para serem vistos de noite e de dia.
Com a seguinte descrição:
Aqui jaz um coração. 
Hoje somente a razão!
Afaste-se! Cuidado com o Cão.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

NIEMEYER - O Poeta da Arquitetura



Texto: NIEMEYER - O Poeta da Arquitetura
Autor: Sidney Santborg

A genialidade de um artista,
O traçado curvilíneo que o identifica.
A obra do arquiteto revolucionário.
Que encantou o mundo com seus trabalhos...
Sua contribuição é incontestável.
Gravou seu nome na história.
Fez do seu desenho a poesia da existência.
Fez de sua obra um marco da modernidade.
Transformou as formas em design.
Levou a arte ao cerrado e a fez cidade.
Fez da sua profissão obra estética de valor imenso.
Fez do seu trabalho o passaporte para a felicidade.
E por isso viveu muito e com alegria.
Fez do traçado no papel a escultura de concreto.
Mudando a visão do velho para o moderno...
Ele partiu, mas deixou o seu legado.
E por isso tornou-se mundialmente respeitado.
Oscar Niemeyer o poeta da arquitetura moderna.
Que não fazia projetos, e sim obras de arte.

Imagem: Zé Dassilva para o Diário Catarinense
Retirado do blog: http://www.humorpolitico.com.br/morte/adeus-mestre-oscar-niemeyer/
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