terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Amor Virtual















Texto: AMOR VIRTUAL
Autor: Sidney Santborg

Estava de olhos abertos e não conseguia ver.
Não estava escuro, mas era como se estivesse.
Pois não via nada além do que eu queria...
Parecia que a luz só me conduzia em uma direção.
Minha visão me traía... Era uma espécie de cegueira.
Mas não exatamente... A cegueira desperta outros sentidos.
E os sentidos que são despertados são para proteção.
Uma forma de compensação de um pelo outro.
No meu caso, era diferente... Não conseguia outra percepção.
E nada que me impedisse de abrir a guarda e me deixar indefeso.
Estava completamente inebriado com minha possibilidade...
Nem era algo tão concreto, mas as escamas dos meus olhos diziam sim.
É real! Acredita e mergulha nisso... Vai fundo! E assim, eu seguia.
Planejava mil coisas... Criava expectativas e isso me fazia “feliz”.
Felicidade... Será esse o nome? Acho que era mais uma insensatez.
Desarranjo mental que me modificava e me deixava inconsequente.
Irresponsável em minhas atitudes frente a minha postura comigo mesmo.
Fazendo coisas que normalmente não faria, agindo como nunca agia...
Para poder prolongar-me no desejo do novo diante da minha ingenuidade.
Sim, parecia um adolescente descobrindo o primeiro amor...
Parecia que as histórias românticas como de filmes existiam.
Ouvia até o som de uma música ao fundo coroando o momento perfeito.
Era assim que me sentia quando tinha a oportunidade de te ver...
E poder conversar com você era um êxtase inenarrável.
Mas de repente tudo se tornou estranho...
Nossas conversas ficaram diferentes... Eu escrevia pequenos textos.
Porém, as respostas que obtinha eram monossilábicas e demoradas...
Isso me fazia mal e uma pequena angústia tomava conta de mim.
Ansiedade, medo, aflição... Sei lá. Algo estava acontecendo.
Mesmo assim, ia conseguindo estabelecer um contato...
Depois de mais uns dias fiquei desesperado. Não conseguia mais conversar.
Não conseguia mais respostas e nem sequer te encontrar...
Passei a ficar em frente ao computador por longos períodos e depois horas.
Era como se tivesse sendo a sentinela de uma guarita, monitorando qualquer sinal.
Contudo, parecia em vão meu sacrifício e isso me fazia ficar depressivo.
Repeti essas ações por alguns dias e não via nada acontecer...
Pensei em te excluir dos meus contatos, mas o meu engano impedia.
Ainda aguardava dentro de mim um retorno, uma mensagem, um sinal...
Nada aconteceu. Tudo não passou de um sonho... Tudo não passou de um lapso.
Como uma fumaça que se desfaz quando se encontra com o vento.
Como o amor de Carnaval; como o amor de praia que não sobe a serra;
Como um nada... Não significou nada para você, somente para mim...
Foi como um sentimento não exposto; foi como um grito não ouvido.
Foi como um texto não escrito; foi como um amor não correspondido...
Foi um tiro no marginal. Foi amor de internet... Foi apenas um amor virtual.

Imagem retirada do blog:
http://cemiteriodaspalavrasperdidas.blogspot.com.br/2009/09/o-amor-virtual.html

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Bem-Vindo à Realidade



Texto: BEM-VINDO À REALIDADE      
Autor: Sidney Santborg

Rasgaram-se as fantasias... Tudo está pelo caminho.
Pedaços de sonhos que durou o necessário para ser feliz.
O Carnaval se foi, mas ficou na memória de quem festejou...
Um momento com os amigos; a viagem para o descanso.
O amor que encontrou, ou a paquera pretendida, e a transa que rolou...
Tudo foi motivo para estar festejando; sem mesmo saber o quê.
O Carnaval, a festa, a alegria, a vida, os amigos, a família.
A noitada, o dia, a praia, a correria, a folia... A batida da bateria.
Por alguns dias as preocupações não existiram... Ficaram para depois.
Houve o desprendimento das aflições e dos problemas do dia a dia.
Isso é ser um folião... Quer apenas viver o seu momento.
Quer apenas viver o seu prazer e que possa ser eterno enquanto durar.
Como no ápice de uma relação, onde o gozo é o momento maior.
Muitos dizem que o Carnaval é a recarga de energia para o ano todo.
Passada a euforia, é tempo de voltar à realidade.
O sonho acabou, mas as lembranças ficaram...
Agora o ano começa de verdade.
Viva a nostalgia! Viva a alegria! Viva a Vida!
Agora é acordar cedo depois de uma noite mal dormida.
Para voltar ao trabalho nos ônibus e metrô lotados.
Enfrentar um calor do caralho e sorrir para o chefe mal-humorado.
Ralar o dia inteiro e depois pegar o trânsito engarrafado.
Chegar em casa e agradecer por tudo alcançado.
Depois dizem que a vida é louca.
Mas os loucos somos nós.
Bem-vindo à realidade!

Imagem retirada do blog:

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Prisioneiro de Mim



Texto: PRISIONEIRO DE MIM
Autor: Sidney Santborg

Eu errei, mas foi tentando acertar.
Eu me feri, mas foi tentando me curar...
Prisioneiro de mim buscando achar.
Uma saída que pudesse me libertar.

Quantas vezes eu fiquei sem saber para aonde ir.
O caminho que escolhi só levou a me iludir...
Prisioneiro de mim tentando fugir.
Querendo respostas e aflito por não as conseguir.

Mesmo sem destino e sem nenhuma direção.
Mais uma vez estou ali em meio à multidão.
Prisioneiro de mim almejando a solução.
Das angústias que maltratam esse meu coração.

Naturalmente isso nunca vai ter fim.
É um círculo vicioso que existe só em mim...
Prisioneiro de mim querendo o fim.
Da guerra de mundos que me faz ficar assim.

Parece algo que vai além do entendimento.
Isso às vezes é uma coisa de momento...
Prisioneiro de mim fugindo do tormento.
Da dor na alma que me traz um lamento.

Se estou certo ou errado, já não quero mais saber
Se alguém pensa diferente ou se tem algo a dizer.
Eu quero a liberdade em mim para poder viver.
Sem temer a expectativa de que algo vai acontecer.

Prisioneiro de mim buscando encontrar...
As respostas para o meu questionar.
Prisioneiro de mim tentando achar...
A chave que da prisão vai me libertar.
Prisioneiro de mim querendo visualizar.
A porta de saída que vai me salvar...

Imagem retirada do blog: thiagoocomh.blogspot.com

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

É Carnaval!

















Texto: É CARNAVAL!
Autor: Sidney Santborg

O Carnaval está chegando e os ânimos estão aflorando.
Já podem ser vistos os blocos nas ruas batucando.
E as pessoas atrás do trio ou cordão se aglomerando...
Para muitos é tempo de festa, de alegria e comemoração.
Para outros, motivo de descanso, refúgio e conversão...
Ainda existem aqueles que preferem o silêncio da solidão.
Ouve-se falar tantas coisas do Carnaval...
Festa da carne, festa pagã, da pouca vergonha e liberação sexual.
Tudo está solto transformando-se em imenso bacanal...
Será? Tudo depende do que significa para cada um.
Pode ser apenas um pouco de descontração em comum.
Pode ser momento de liberar o seu motivo “claustralium”.
Pode significar um nada e apenas uma perda de tempo...
O que parece é que todos têm algo que o satisfaz nesse momento.
Seja ganhar, perder, receber, dar, mostrar ou ficar a contento.
Diz-se tempo de festa! Seja para agradecer a colheita.
Seja para liberar-se através de sua fantasia bem-feita.
Seja para seguir a tradição como uma receita.
O certo é que o ano só começa depois do Carnaval...
Não importa se estou bem ou se estou mal.
Não importa se sou contra ou a favor...  Isso é normal!
A festa sempre acontece...
E disso ninguém nunca esquece.
Seja noite ou dia, só acaba quando a cinza aparece.
Na quarta-feira o encerramento é oficial.
Mas há quem comemora o ano todo nas micaretas da vida. Parece legal!
Mesmo sendo uma doce ilusão, aproveite esses dias, afinal É CARNAVAL!
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